Evolução da desigualdade em Moçambique
Após décadas de guerra, que terminou em 1992, Moçambique iniciou uma trajectória de crescimento económico sustentado e de redução substancial da pobreza. No entanto, esta dinâmica positiva começou a inverter-se a partir de 2015, com as taxas de crescimento per capita a aproximarem-se de zero e o consumo real das famílias a reduzir-se em todas as zonas do país. Entretanto, a desigualdade estagnou no período 1996/97-2008/09, antes de aumentar de forma acentuada posteriormente.
Neste estudo, analisamos alguns dos indicadores de desigualdade mais relevantes para Moçambique e as suas tendências nos últimos 25 anos. Utilizando o consumo real per capita como o principal agregado de bem-estar, analisamos vários indicadores de desigualdade, incluindo a distribuição do consumo, percentis e rácios de percentis, curvas de incidência de crescimento, curvas de Lorenz e índices de Gini a nível nacional e subnacional. Para além disso, discutimos a desigualdade espacial entre áreas urbanas e rurais e entre regiões.
Em termos gerais, concluímos que, até 2014/15, o consumo aumentou para toda a população, mas isso ocorreu muito mais nas famílias mais ricas, deixando para trás as pessoas em pior situação; inversamente, nos últimos anos, o consumo reduziu-se em toda a distribuição, mas a diferença relativa de consumo entre as pessoas em melhor situação e as pessoas em pior situação continuou a aumentar
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Working Paper: Evolução da desigualdade em Moçambique 1996/97–2019/20
NB. Esta é uma versão traduzida do WIDER Working Paper 151/2022 (em inglês).