Mobilidade Social Intergeracional em Moçambique
Este relatório resulta de uma análise da mobilidade social intergeracional em Moçambique utilizando dados recolhidos em seis postos administrativos de quatro províncias (Maputo, Zambézia, Sofala e Nampula) no âmbito do Inquérito às Vidas Vulneráveis (VLS).
Este inquérito foi realizado no âmbito do programa Crescimento Inclusivo em Moçambique (IGM). O IGM é um programa de investigação e de desenvolvimento de capacidades que apoia Moçambique desde 2015 na concepção de políticas baseadas em evidências que promovem o crescimento inclusivo, beneficiando os grupos mais pobres e vulneráveis. O programa é implementado pela Direcção Nacional de Políticas Económicas e de Desenvolvimento (DNPED) do Ministério da Economia e Finanças de Moçambique (MEF) e pelo Centro de Estudos de Economia e Gestão (CEEG) da Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) em parceria com o Grupo de Investigação em Economia do Desenvolvimento da Universidade de Copenhaga (UCPH-DERG) e o Instituto Mundial de Investigação em Economia do Desenvolvimento da Universidade das Nações Unidas (UNU-WIDER). O programa reconhece com gratidão o apoio financeiro dos Governos da Finlândia, da Noruega e da Suíça.
O conjunto único de dados do VLS representa o primeiro esforço abrangente em Moçambique para recolher informação retrospectiva sobre o nível de escolaridade, a situação profissional e o bem-estar multidimensional e subjectivo entre gerações. Pela sua concepção inovadora e pela inclusão de dados demográficos e socioeconómicos detalhados, o VLS permite uma análise subtil da dinâmica da mobilidade relativamente às dimensões da escolaridade, da actividade profissional e do bem-estar multidimensional e subjectivo.
Os resultados revelam uma interacção complexa entre progresso e desigualdades persistentes e oferecem uma perspectiva valiosa para a compreensão da mobilidade intergeracional no panorama socioeconómico em evolução de Moçambique. O relatório sublinha as disparidades nos resultados da mobilidade entre géneros e regiões geográficas, destacando a necessidade urgente de intervenções para quebrar os ciclos de pobreza intergeracional e promover o desenvolvimento inclusivo no país.
Embora a análise se centre em locais seleccionados no Norte, no Centro e no Sul de Moçambique, os resultados lançam as bases para estudos subsequentes, oferecendo abordagens metodológicas e ferramentas que podem ser adaptadas para aplicações mais amplas. Esperamos que este relatório sirva não só para melhorar a compreensão da dinâmica da mobilidade, mas também para informar a formulação de políticas baseadas em evidências, com o objectivo de promover uma maior igualdade de oportunidades e melhorar os meios de subsistência em Moçambique.
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