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Pesquisa do IGM sobre a transição escola-trabalho dos graduados universitários e do ensino e formação profissional em Moçambique apresentada no segundo LDC Future Forum

O segundo LDC Future Forum, organizado pelo Gabinete do Alto Representante das Nações Unidas para os Países Menos Avançados, os Países em Desenvolvimento Sem Litoral e os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (UN-OHRLLS) e pelo Governo da Finlândia, teve lugar nos dias 5 e 6 de Março em Helsínquia, na Finlândia. O evento intitulava-se "Inovação para a transformação estrutural nos países menos desenvolvidos" e o seu objectivo era reunir investigadores, parceiros e decisores políticos para explorar a forma de aproveitar a inovação, a digitalização e a tecnologia para promover a transformação estrutural e o desenvolvimento sustentável nos países menos desenvolvidos.

Ricardo Santos, Investigador do UNU-WIDER e Conselheiro Residente no programa Crescimento Inclusivo em Moçambique (IGM), participou num painel de discussão intitulado "Construir capacidade de inovação através de investimentos na educação e no desenvolvimento de competências", no dia 5 de março, apresentando a capacidade da educação STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) para aumentar a produtividade e a transformação estrutural em Moçambique.

Na sua apresentação, Ricardo Santos referiu-se às conclusões de estudos recentes do IGM sobre a transição escola-trabalho dos graduados universitários e do Ensino e Formação Técnico-Profissional (EFTP) em Moçambique, que mostram que o mercado de trabalho absorve os estudantes STEM mais rapidamente e com um salário mais elevado do que outros. No entanto, há menos acesso à educação STEM fora de Maputo, e as mulheres têm menos probabilidades de serem empregadas nestes sectores. De acordo com Santos, ambas as questões precisam de ser abordadas, uma vez que aumentam a desigualdade e reduzem as oportunidades de produtividade induzida pela inovação.

A apresentação foi seguida de um debate sobre a importância da qualidade do ensino e da aprendizagem para aumentar a conclusão do ensino secundário e superior e para dotar as gerações futuras das competências que lhes permitirão tirar pleno partido da transição digital em curso e contribuir para ela. Este aspeto foi considerado crucial para reduzir o fosso tecnológico entre os países mais ricos e mais pobres e acelerar a transformação estrutural nos PMD. 

O evento reuniu uma vasta audiência que incluiu decisores políticos, investigadores, parceiros de desenvolvimento, representantes permanentes da ONU, bem como a sociedade civil e o sector privado de todo o mundo.