O impacto da COVID-19 na pobreza de consumo em Moçambique
O presente estudo avalia o impacto da pandemia da COVID-19 e do estado de emergência implementado pelo Governo de Moçambique (GdM) na pobreza de consumo dos agregados familiares. Para prever alterações no rendimento e os efeitos sobre a pobreza e a desigualdade a elas associados, baseamo-nos nos impactos macroeconómicos estimados por Betho et al. (2021) os quais utilizaram um modelo de multiplicadores de contabilidade social.
Os dois canais de impacto são em seguida combinados para avaliar o impacto final no consumo e na pobreza. As nossas simulações sugerem que o consumo diminuiu entre 7,1 e 14,4 por cento e que a pobreza aumentou entre 4,3 e 9,9 pontos percentuais em 2020, dependendo da especificação. Isto corresponde a cerca de 2 milhões de pessoas caírem na pobreza em menos de um ano e a uma inversão da tendência positiva de redução da pobreza observada no período 2008/09-2014/15.
Embora as áreas urbanas tenham sido as mais afectadas pelo choque da COVID-19, os nossos resultados indicam que as áreas rurais sofreram um maior aumento das taxas de pobreza devido aos níveis de consumo já baixos. A pobreza muito provavelmente aumentou também no período pré-COVID de 2015-2020 devido a outros choques, pelo que Moçambique se encontra numa luta intensa e cada vez mais profunda contra a pobreza.
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Working Paper: O impacto da COVID-19 na pobreza de consumo em Moçambique
NB. Esta é uma versão traduzida do WIDER Working Paper 94/2021 (em inglês).