O impacto macroeconómico da COVID-19 em Moçambique
O presente estudo visa avaliar os custos económicos da COVID-19 e do estado de emergência implementado pelo Governo de Moçambique, recorrendo a um modelo de multiplicadores de contabilidade social. Apresenta resultados numéricos que ilustram o efeito directo (ou “choques”) na economia associado à pandemia. Distinguimos quatro canais — oferta, procura, investimento e exportações — através dos quais o estado de emergência e outras medidas influenciam a actividade económica.
A nossa simulação sugere que a economia moçambicana perdeu um total de 3,6% de crescimento em 2020 e que o emprego total diminuiu 1,9% em comparação com um cenário sem COVID-19. A porção principal desta perda é impulsionada por via externa, decorrendo da redução da procura de produtos moçambicanos pelo resto do mundo. Os sectores económicos mais fortemente afectados são os do comércio & alojamento e da mineração.
Além disso, a nossa simulação sugere que, entre os factores de produção, o capital e a mão-de-obra urbana sofreram um impacto maior do que a mão-de-obra rural. Acresce que o exercício dos multiplicadores salienta a forte dependência de Moçambique relativamente a um número reduzido de produtos de exportação (incluindo o turismo). Consequentemente, Moçambique deveria promover a diversificação económica e explorar o potencial de redução da sua vulnerabilidade aos choques externos.
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Working Paper: O impacto macroeconómico da COVID-19 em Moçambique
NB. Esta é uma versão traduzida do WIDER Working Paper 93/2021 (em inglês).