Lucratividade das empresas e trabalho assalariado forçado na África portuguesa (em inglês)
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O trabalho assalariado forçado (FWL) na África portuguesa da era colonial passou a abranger a maioria dos homens em idade activa e persistiu até ao início da década de 1960. Com base nos registos financeiros reconstruídos da Sena Sugar Estates no Moçambique actual, estimamos a rentabilidade a longo prazo da empresa. A isto associamos taxas de extração do trabalho nativo, definidas como a diferença entre os níveis reais de remuneração e aqueles em condições contrafactuais de mercado mais livre.
Estimamos que a coerção suprimiu a remuneração dos trabalhadores em cerca de dois quintos, representando uma poupança significativa de custos para a empresa. Contudo, uma análise da função de produção indica que a coerção também afetou negativamente a produtividade.
Utilizando estes resultados, calculamos que a lucratividade da empresa poderia ter permanecido globalmente robusta sem o FWL. Isto sugere que outros factores, incluindo imperativos fiscais e factores tecnológicos, provavelmente contribuíram para a persistência da coerção laboral em Moçambique.