O impacto socioeconómico da mineração de carvão em Moçambique
A 18 de Fevereiro de 2021, Eva-Maria Egger e Jorge Mouco, pesquisadores da UNU-WIDER, e Michael Keller, pesquisador da Universidade de Copenhaga, irão apresentar a sua recente pesquisa sobre o sector de mineração de carvão em Moçambique.
A apresentação é baseada no working paper (em curso) ‘O impacto socioeconómico da mineração de carvão em Moçambique’ (em inglês).
A apresentação será em Português.
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Sobre o estudo
Este estudo avalia o impacto do desenvolvimento e abertura de quatro minas de carvão na província de Tete, em Moçambique, nos indicadores socioeconómicos da população local. Combinamos quatro rondas de inquéritos aos agregados familiares com as informações de localizações de minas de carvão e empregamos um modelo de diferença em diferença para estimar o efeito. A periodicidade dos inquéritos nos permite controlar as tendências e diferenciar o efeito entre o período de investimento e de produção. A abertura das minas de carvão levou a um aumento do consumo e à redução da pobreza, o que pode ser explicado pelo movimento de trabalhadores do sector agrícola para empregos potencialmente mais bem pagos nos sectores de mineração e serviços. Os efeitos no emprego são especialmente fortes para as mulheres que ganham empregos remunerados e reduzem o trabalho familiar não remunerado. O acesso aos serviços básicos melhorou em termos de água potável, electricidade e serviços de saúde. As taxas de conclusão da educação primária aumentaram, enquanto a escolaridade das crianças pequenas não foi afetada. As consequências negativas da abertura da mina de carvão são identificadas em termos de incidência de doenças e declínio no acesso ao mercado durante o período de investimento, o que pode estar relacionado a programas de reassentamento.
Sobre a Série de Seminários do IGM
A Série de Seminários do IGM fornece um espaço para discutir temas de pesquisa com foco nos desafios de promoção do crescimento inclusivo em Moçambique num tempo em múltiplas crises se sobrepõem: a crise económica e financeira da dívida oculta, a crise climática e a crise global de saúde.