Sobre o programa

O objectivo central deste programa colaborativo de pesquisa e desenvolvimento de capacidade é de identificar os desafios de desenvolvimento em curso em Moçambique e apoiar a formulação de políticas baseadas em evidências que contribuam para o crescimento inclusivo e sustentável.

O programa Crescimento inclusivo em Moçambique (IGM) é operacionalizado através de uma parceria entre quatro instituições, sendo duas moçambicanas – Ministério da Economia e Finanças  e a Universidade Eduardo Mondlane – e duas instituições internacionais – United Nations University World Institute for Development Economics Research e Grupo de Pesquisa em Economia para o Desenvolvimento da Universidade de Copenhaguen.

Essas quatro instituições parceiras têm ampla experiência no desenvolvimento de pesquisas e evidências analíticas para informar a elaboração de políticas inclusivas. O desenvolvimento de capacidade do programa garante que as habilidades e ferramentas analíticas necessárias estejam disponíveis e sejam usadas para informar a formulação de políticas com base em evidências. Para além disso, são feitos esforços conjuntos para levar a pesquisa e a análise produzidas no âmbito do programa ao principal público-alvo por meio de eventos, media, comunicação online, e redes sociais.

Ao unir sinergias, as quatro instituições parceiras contribuem para estimular o debate público sobre crescimento inclusivo e fortalecer a formulação de políticas relacionadas ao país.

Principais questões abordadas pelo programa para  a segunda fase do programa (2021-2024):

  • Quais são as tendências actuais da pobreza, desigualdade e gênero?
  • Que factores condicionam a dinâmica do sector privado e a criação de empregos de qualidade?
  • Como deve Moçambique gerir a sua economia num boom de recursos naturais, tendo em conta os recentes choques económicos e políticos?   
  • Que iniciativas são necessárias para aumentar a produtividade e resiliência dos pequenos agricultores e responder às mudanças climáticas?
     

Contextualização

Três décadas se passaram desde que Moçambique emergiu de uma guerra devastadora que o tornou um dos países mais pobres do mundo. Desde então, o país experienciou um crescimento económico notável, com o PIB atingindo mais de sete por cento por vários anos consecutivos e quase todos os indicadores de desenvolvimento registrando melhorias substanciais até ao início da década de 2010. O crescimento impressionante foi sustentado por investimentos públicos massivos em infraestrutura e sectores sociais apoiados por parceiros de cooperação internacional, política macroeconómica bem ajustada e promoção activa de investimento directo estrangeiro e doméstico. A descoberta de enormes reservas de gás natural nos anos de 2010 agrega potencialidades, mas também riscos significativos para o processo de desenvolvimento do país.

Esse desenvolvimento foi  severamente afectado, por uma série de crises externas e internas desde meados da década de 2010 – a crise da dívida externa, os conflitos armados no Centro e Norte de Moçambique, dois grandes ciclones, a pandemia de COVID-19, a crise ucraniana e seus efeitos na economia global, e as pressões do crescimento demográfico – o que revela a vulnerabilidade aos choques económicos e climáticos.

Esta sequência de eventos, associada a falta de robustez nos sectores da agricultura (base de desenvolvimento) e indústria (factor dinamizador da economia), justificam a recente queda vertiginosa da economia e a dependência da mesma em megaprojectos e no comércio de productos importados. Daí a necessidade de políticas que orientam uma transformação estrutural alargada da economia, como motor de crescimento para um desenvolvimento inclusivo sustentável.

O programa Crescimento inclusivo em Moçambique (IGM) foi criado para apoiar o Governo de Moçambique na produção de evidências e análises de alta qualidade para enfrentar os desafios acima mencionados e ajudar a conceber políticas inclusivas, pró-emprego e pró-pobres que ajudem o país na busca de um caminho de crescimento estável e inclusivo.